junho 13, 2012

A Agulha

A agulha com que teces esperanças
É a mesma que usas pr’as rasgar
E ainda que apontasse bonanças
Se tornaria revolto o teu mar!
 
Qual golpe de tesoura ou de espada?
Qual adaga, ou faca ou punhal?
E ainda que eu não vivesse nada
Essa agulha me seria mortal...

Docemente tu me vais picando
Com a sua ponta afiada e fria
E ainda que eu viva sangrando
Sofrer mais por ti conseguiria!

Cravejada de sonhos, e em flor
Com o tempo desfalece a pele nua
E ainda que não queira tanta dor
Continua a torturar-me, continua!

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