agosto 28, 2013

Sensorial

E antes de recolher vem-me à memória os teus olhos e a tua pele, e os teus olhos e a tua pele, e os teus olhos e a tua pele mais uma vez, e a doçura deles, e a forma como me olham e como me falam e como me despem, e a tua pele mais uma vez, quente e macia, e os meus dedos cravados nela como se não te quisessem deixar fugir, como se quisessem fundir-se nela! É incrível!

Os teus olhos e a tua pele, uma e outra e outra vez.

agosto 27, 2013

Veias

As tuas veias.
Já escrevi tanto sobre o teu corpo...
Mas as tuas veias.

Aproximei-me de ti, estando tu sentado, ocupado. Aproximei-me de ti, na mesma.


Abracei-te pelas costas, tu sentado, mal iluminado pela luz do candeeiro ao lado. A luz iluminava o teu braço, e consequentemente as tuas veias, que dele sobressaíam.

Abracei-te pelas costas, pousei o meu queixo sobre o teu ombro, fiquei a olhar para as tuas veias. A luz do candeeiro ao lado iluminava a minha pulseira, que parece de prata, mas não é. Mas tem o teu nome a dourado. Dizem que o silêncio é de ouro e a palavra de prata. Eu acho que é mais ao contrário.

Abraçando-te, acariciei-te o peito nu, e tu ocupado. Só que estavas ali, de qualquer forma. E eu só pensava: "Porque é que não podes estar sempre?".

E ali as tuas veias, veias pulsantes do teu braço, veias predominantes, onde o calor acelera e o sangue também, quando o teu braço se encontra com o meu. Quando o teu abraço conhece também o calor de todas as veias do meu corpo.

Continuei abraçada a ti, e a pulseira com o teu nome brilhava, e tu brilhavas para dentro de mim, meu amado. O amor dá-nos luz e eu tenho a tua comigo, por mais ocupado que estejas. E eu a admiro e a absorvo porque não encontrei até agora luz igual.

E a luz do candeeiro ao lado iluminava-te. E as tuas veias. Acho que ainda não escrevi tudo sobre o teu corpo. Mas já te escrevi nas minhas.

agosto 20, 2013

Zero Dioptrias

Tu estás para mim como as lentes de contacto estão para os meus olhos: para onde eles se dirigem, elas os acompanham, ajudam-me a ver melhor, principalmente ao longe... E fazem-me sentir mais bonita...

agosto 18, 2013

Crer É Poder

Deixa-me querer-te...
E deixa-me querer querer-te...
Deixa-me querer que me queiras
E crer que não queres mais ninguém...

E deixa-me crer
Que tu crês em nós...

agosto 06, 2013

É Porque

É porque mais ninguém conhece poemas.
É porque mais ninguém me activa a área cerebral ligada à experimentação da felicidade suprema permitida ao ser humano.
É porque mais ninguém se ri assim, ou fala assim.
É porque mais ninguém possui esse grau específico de temperatura corporal tão necessária ao sustento da minha.
É porque mais ninguém se sente e me sente assim dessa forma.
É porque mais ninguém anda fora da caixa, contra a multidão, vendo enquanto outros apenas olham.
É porque mais ninguém se expressa, se rasga, se reconstrói.
É porque mais ninguém é sensatamente louco.
É porque mais ninguém é isto, aquilo ou aqueloutro.
É porque mais ninguém é tudo.

É porque mais ninguém é como tu.

agosto 05, 2013

Assim Seja

... E passado cerca de um ano ou mais partilhando o mesmo tecto, cama e mesa, que consigamos sempre nos redescobrir um ao outro e encontrar algo de novo que nos faça voltar a apaixonarmo-nos e a reviver tudo do início...

Todos os dias.

agosto 04, 2013

Voz

Pensa na tua canção preferida.

Separa a letra da música.

Sem a música, a letra é apenas um texto repetitivo...

Sem a letra, a música não passa de meras batidas...

É a junção das duas coisas, através da voz, que faz dessa canção uma canção do caraças.

Por isso é que nós dois devemos formar uma voz.