dezembro 26, 2010

Carta

Minha cara amiga:

Penso que seja esta a primeira vez que te escrevo, em tantos anos... E de certeza que já deves saber qual o motivo que me leva a fazê-lo...

Conheço-te desde sempre, e tu a mim. Desde muito pequena que lido contigo e que te trato por tu, tal é a proximidade que nos une. Por opção minha ou por força das circunstâncias, tornaste-te numa companhia quase constante, que costumava preencher o vazio que experienciei em certas alturas da vida - aquelas alturas em que mais ninguém se dispunha a estar perto de mim, em que ninguém mais se importava com os meus dilemas.

Partilhámos muitos espaços, muitos tempos, e ainda hoje isso acontece. Mesmo estando eu no meio de uma multidão, és tu quem eu vejo e é contigo que eu conto para me sentir abrigada, reconfortada. No fundo, és importante para mim. Mas ultimamente, tens vindo a ser um pouco cruel comigo. Tratas-me mal e isso dói-me. Deixaste de ser a habitual ouvinte das minhas lágrimas, para passares a ser a causa delas.

Porque me fazes isso? Talvez tenhas receio de que haja pessoas a querer destronar-te, tirar-te o lugar, e é o que provavelmente faz de ti um ser insuportável. Não, não quero que te vás embora definitivamente da minha vida; fazes-me falta de vez em quando... Eu confesso. Contudo, sinto necessidade de me manter afastada de ti. Sinto que me estás a consumir, ao ponto de me quereres matar de vez. Por isso ando à procura de alguém que me possa defender. 

Esforça-te para me entenderes... Eu até gosto de ti, e agradeço-te pelo silêncio reparador que instalaste em mim quando eu mais precisei. Mas estás a transformar-te aos poucos numa amizade perigosa, pela forma como ages comigo, e assim sendo, dispenso a tua presença nos meus dias. Por favor, não me tentes aprisionar! Eu te peço com todas as forças que ainda me restam... O meu coração está fraco, precisa de quem lhe consiga injectar fôlego para ele bater, e tu não estás a colaborar! Afinal és minha inimiga?!...

Liberta-me, deixa-me ir, não me leves o que ainda tenho para viver! Eu prometo que voltarei para ti... Só que não tão brevemente. Enquanto eu não encontrar a cura para a minha alma doente, quero que fiques longe, bem longe... Porque sei que se estiveres por perto, vais piorar as coisas, e então os papéis se inverterão. Serás tu a vítima.

Não encares isto como uma ameaça. No entanto, se pretendes continuar com a tua existência, não me impeças de encontrar um sentido para a minha...


Adeus, Solidão... Até um dia.



Desta sempre tua

dezembro 15, 2010

Coffin

In this coffin I rest, I lay
My hands, they seem so pale
In this world I couldn't stay
My heart just met its fail...

And now somebody's around me
Looking at my lost expression
I wish I could live, I could be
Some secret kind of possession.

But now this body is no longer
The object you had admired
You wasted it, you weren't stronger
Enough to make it desired.

Dry your tears, my beloved one
Please, don't break down and cry...
I'm alright, 'cause it's all done...
It was you that left me to die.

Sente

Já que chegaste até aqui, coloca-te em frente a mim.
Fecha os olhos...
Respira bem fundo...
E sente apenas a ponta dos meus dedos
Percorrendo-te delicadamente
Quase sem te tocar...
Fecho os olhos
Vejo que te arrepias
E que a luz que trazes contigo brilha ainda mais...
Não precisas de falar
Eu consigo ouvir o que tens para dizer...
Consigo ver os golpes que outrora alguém desferiu.
(Eu também os tive...)
E aqui estás tu, tão vulnerável perante mim.
Mas és tão belo. És tão tudo.
E no fundo te achas nada...
Contemplo-te como se o tempo não mais existisse
E o espaço se desvanecesse.
Coloco a mão sobre o teu peito; o teu coração palpita
E eu quero chegar até lá.
Quero tanto...
Deixa-me chegar até lá. Deixa-me entrar.
Deixa-me curar-te, libertar-te de todos os fardos...
Não sofrerás, eu prometo.
Mas chora, se assim quiseres...
Eu te darei o meu ombro, o meu conforto
A minha compaixão.
Eu te compreendo, embora não queiras compreender isso.
Tens medo, mas nada há que temer.
Tens-me aqui.
Tens-me a mim...

dezembro 12, 2010

Sala De Espera

Entrei na sala de espera e observei o que me rodeava: tanta, mas tanta gente! Tanta gente sentada, a perder de vista!... Tanta gente à espera... Do mesmo que eu... Aliás, todos à espera da mesma coisa. Só havia uma porta, que naquele momento estava fechada. Uns falavam entre si, outros permaneciam calados. Mas todos ansiosos para que ela abrisse.

Encontrei milagrosamente uma cadeira vaga e sentei-me. Fiquei igualmente à espera. Reconheci algumas pessoas ao longe, mas não cheguei a falar com elas. Pareceram-me bastante optimistas, pois deviam  pensar que seriam as primeiras. No fundo de mim, eu também  tinha essa expectativa.

Assim me mantive, com um sorriso nos lábios, esperançosa, sonhadora. Até que a porta se abriu... Finalmente, a porta abriu-se!... Sentia-se a excitação em toda aquela sala. Todos vibravam de emoção. Ouviram-se nomes. Imensos nomes, ditos em voz bem alta, para que não houvesse dúvidas. Os que iam sendo chamados levantaram-se e dirigiram-se para a porta um a um. Foram entrando ordenadamente. Via-lhes sorrisos enormes, brilhos nos olhos, transbordavam alegria. Fiquei contente por eles, por todos eles, como se aquilo estivesse a acontecer comigo. Eles acenaram-me, eu acenei-lhes de volta, só por cortesia. Não era nenhuma despedida, porque eu sabia que me iria juntar a eles. Era uma questão de tempo.

A enorme sala de espera foi-se esvaziando. Havia cada vez mais cadeiras vagas. Quase que se podia ouvir o eco da minha respiração... Uma respiração acelerada. Fui aguardando. Aguardando. Aguardando... Esperando ouvir o meu nome...

Até que ouvi a porta a fechar-se com grande estrondo. O meu coração parou. Gelei. Quando me dei conta, eu era a única pessoa que ainda estava sentada. A única. Ninguém me tinha chamado. 

Teria havido algum engano? Algum lapso? Será que já me tinham chamado e eu não ouvi? E porque é que ninguém me tinha avisado?... Não podia ser. Esperei mais um pouco, com a sensação de que alguém se tinha esquecido de mim, mas que se iria lembrar rapidamente. Não ia tardar nada. E eu poderia finalmente entrar naquela porta. 

As horas passaram. Nada. Ninguém se lembrou. Esqueceram-se mesmo de mim. Eu nem queria acreditar. Afinal, não seria eu merecedora de entrar também?!...

Ali estava eu. Sentada, na sala de espera. Outrora, repleta de gente. Agora, completamente vazia. Só ficaram as cadeiras. As paredes nuas. O chão frio. O tecto lá longe. Um silêncio ensurdecedor. E eu.

Levantei-me e fui bater à porta. Infelizmente, ninguém me abriu. Bati com todas as forças que me eram possíveis. Magoei os punhos. Gritei. Chorei de desespero e raiva. 

Tentei sair na porta pela qual tinha entrado anteriormente. Não consegui. Estava trancada. Quem é que a trancou?...

Apercebi-me que nada podia fazer. Resignei-me... No fundo eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, alguém me viria buscar. Voltei a sentar-me. Encostei a cabeça contra a parede, fechei os olhos. Acalmei-me, por fim.

E ainda lá estou. Sentada, na sala de espera. À espera que alguém chame o meu nome. À espera de ser feliz.

dezembro 10, 2010

Numa Página

Houve um momento em que ficámos ambos deitados, eu com a cabeça apoiada no seu peito, ele de cara inclinada para o lado e de olhos fechados. Acariciei-lhe o pescoço muito suavemente, a face, e ao mesmo tempo ia pensando em como me sabia tão bem estar ali, senti-lo tão meu, tão perto de mim... E era capaz de estar assim a tarde inteira, a dar-lhe carinho... Disse-lhe "Amo-te" em silêncio. Acrescentei depois um "Amo-te muito", mais uma vez sem soltar a voz. Não queria que ele ouvisse, porque sei que para ele é uma palavra complicada de assimilar. E ao pensar nisso, ao pensar na sua incapacidade de retribuir o que sinto, a minha expressão crispou-se. Pensei em como era injusto. Pensei em tudo o que se tem passado até agora, mil e um episódios me vieram à cabeça, senti-me impotente por nada poder exigir... Senti-me tão frágil... E uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

dezembro 07, 2010

Éramos Uma Vez Água

Éramos uma vez Água...
Lembras-te?
Não éramos mais nada.
Éramos nós.
Éramos juntos.
Ela descia sobre nós e nós fazíamos parte dela.
Éramos límpidos, puros, cristalinos.
Fundidos num só.
Lembro-me que fechaste os olhos e deixaste que ela te dominasse.
Te purificasse.
Que ela tomasse conta dos teus sentidos
Fazendo-te sair de ti.
E eu a ti me juntei, libertando-me também.
E o tempo parou.
Éramos só aquele instante.
O instante em que nos deixámos fluir em nós próprios
Sentindo a Água a acariciar a pele.
A minha pele.
A tua pele.
A nossa pele.

Sei que sou Terra, sei que tu és Ar.
Mas um dia, fomos Água apenas...
Lembras-te?

dezembro 06, 2010

SMS

Gostava de estar contigo agora
Beijar-te sem demora
Nem que fosse por uma hora
E ficar com a certeza de que nunca te irias embora...

Desta que te adora.

novembro 30, 2010

Dica Para Fazer Humor

Recebe este beijo de boa noite
Que nasce repleto de inocência nos teus lábios
Vive intensamente ao longo do teu peito
Envelhece com doçura à volta do teu umbigo
E morre de prazer ao chegar àquilo que tens entre as pernas...







Os joelhos!...

(Sem Título)

Quero-te tanto
Nem sabes o quanto
Não fazes ideia
Que me corre na veia
Imensa loucura
Com sangue à mistura
Olhar que grita
A palavra maldita
Não queres senti-la
Para quê ouvi-la?
O silêncio corrói
Mas não me destrói
A luta é acesa
Entre força e fraqueza
E qual morrerá
Ninguém saberá
Um peso no peito
Quando me deito
É alento a pulsar
No meu acordar
Faço do presente
Devaneio da mente
Que me deixa viver
Mesmo sem te ter...

novembro 15, 2010

Noite Eterna

Noite eterna, que me manténs cativa
À espera de quem não vem
Mesmo presa, ando à deriva
Pensando em alguém...

Estou de alma preparada
O meu corpo jaz no chão
Eis que chega a alvorada
E afinal era ilusão...

Já passou muito tempo, de nada vale
Julgar que sou tudo e tudo sou
Perco poder; afinal há quem me cale
Há quem me diga para ir, mas já não vou.

novembro 13, 2010

Algures perdido dentro de um envelope...

A melhor história de amor que eu posso ler
É aquela que os teus olhos contam.
O melhor perfume que eu posso cheirar
É o da tua pele.
A melhor música que eu posso ouvir
É a tua voz meiga e suave.
A melhor maneira de morrer
É nos teus braços...
Amo-te.

outubro 16, 2010

A Ressaca Emocional

A ressaca emocional é um fenómeno do foro psíquico que acontece com alguma frequência em elementos do sexo feminino.

O termo “ressaca” refere-se ao conjunto de sintomas que surgem num indivíduo depois de este se sujeitar a um tipo de dependência, nomeadamente álcool ou drogas. Tendo em conta que os relacionamentos afectivos em geral (sejam eles de longo prazo ou não) funcionam como uma espécie de droga para certas mulheres, e que obviamente interferem no estado emocional das mesmas, é fácil constatar a forma como este fenómeno ocorre, e quanto maior for a “dependência”, mais grave é a consequência.

No fundo a ressaca emocional é uma fase caracterizada por uma certa prostração e frustração quando o elemento feminino atravessa um momento fugaz de entrega afectiva e este é interrompido abruptamente por causas alheias à sua vontade. De tão intenso e arrebatador que esse momento se torna, a capacidade de resposta depois de ele ter acabado é, na maior parte dos casos, muito lenta e dolorosa (embora também dependa da forma como cada mulher lida com as suas próprias emoções).

O efeito que essa situação deixa é idêntico ao que acontece quando estamos a suster a nossa respiração por alguns instantes; fazemos um grande esforço até aguentarmos. Quando já não aguentamos mais, e a respiração volta ao normal, sentimo-nos como que cansados, exaustos, sem forças.

Assim sendo, a ressaca emocional apresenta os seguintes sintomas:


  • Falta de energia (prostração)

  • Tristeza, amargura

  • Sensação de vazio interior, como se nos tivessem sugado algo de profundo em termos emocionais

  • Sensação de “querer mais” (insatisfação)

  • Tendência para pensar somente nesse momento durante algum tempo, como se quiséssemos reter tudo o que restou dele

  • Sentimento de esperança para que se volte a repetir

  • Sentimento de culpa por não se ter feito algo para que durasse mais (frustração)

  • Sentimento de raiva/revolta nos casos em que o elemento masculino contribui para o fim repentino do acontecimento em causa.


Tal como foi subentendido anteriormente, o grau de recuperação depende daquilo que a experiência vivida representou para a mulher em questão. Contudo, deixa sempre marcas...

outubro 13, 2010

Assunção

"Pedi e recebereis"...
... Foi o que Vós tereis dito
Meu pedido então sabereis
Porque em Vós eu acredito.

Se enfim à Luz chegais
Escutai-me atentamente
Com meras palavras banais
Deixo falar minha mente

Peço verdade, não hipocrisia
Prefiro respeito a consideração
Espero amizade e não empatia
Quero afecto e não compaixão.

Tolerância é melhor que paciência
Por isso peço compreensão
Para que os males da consciência
Não me dominem o coração.

Antes haja uma forte presença
Do que simples companhia
E melhor lidarei com a dor
Quando fizer dela alegria

A tempestade que há em nós
Será convertida em bonança
Porque Fé é o nome que Vós
Tereis dado à Esperança.

Pois eis-me aqui então
Num estado de alma errante
Desejando que esta oração
Seja conforto constante.

Quem sabe, ao Céu chegarei
Se tal prenúncio estiver escrito
Ou na Terra procurarei
Um pouco mais de infinito.

Ignite Me

Ignite me! Ignite me, dear!
Ignite me loud, ignite me clear!
Do it when the sun leaves the day
And the dark has something to say...

This angel wants some demon's touch
Because heaven can do that much
Come and tear my body apart
Release the beast within my heart!

So please ignite my deepest will
That one I'm so eager to feel
Grab my soul and bite my skin
I'm just a saint who enjoys the sin...

I beg you now to change what's bitter
Into something so much sweeter...
There's no water for me to dive
I need this fire to keep me alive!

outubro 08, 2010

É Oficial...

Houve um momento de choque em todo o Cosmos!

As mais variadas estrelas da Via Láctea explodiram umas atrás das outras, deixando cair pingos de cor cintilantes que sobressaíam no vazio.

E pequenos cometas choveram, a toda a velocidade, feitos de milhares de partículas de diamante!

E a chuva deslizou sobre cascatas de arco-íris, que desaguavam em todos os prados verdejantes, repletos de flores que desabrochavam em uníssono, cantando a Natureza!

E os oceanos espelharam quilómetros de raios de luz vibrante vinda de todos os sóis e de todas as luas, como se de ouro e prata se tratassem!

Mil anjos moldaram as nuvens e decoraram-nas com rubis, safiras e esmeraldas em cadeia, colhidas do ventre da Terra...

Ouviram-se as mais perfeitas sinfonias alguma vez compostas, intercaladas com o canto dos pássaros que habitavam misteriosos bosques nunca antes explorados.

Borboletas esvoaçaram alegremente, transportando com elas os espíritos de todas as plantas...

Golfinhos dançaram sobre ondas de espuma branca e cristalina, soltando o seu doce silvo, acompanhando unicórnios em corrida desenfreada com destino ao infinito...

E choveram ainda mais cometas de diamantes e estrelas cadentes, que deixaram um rasto de fogo!

E o fogo iluminou os ares e os mares, montanhas e entranhas, unindo os opostos, comungando-os num mesmo propósito...

 

A TERRA MUDOU DE ROTAÇÃO!
E TUDO FINALMENTE SE TRANSFORMOU... E GANHOU SENTIDO!


FINALMENTE!

Somos Um

Eis-nos finalmente chegados ao momento solene. O momento sagrado. O momento pelo qual eu e tu esperávamos há tanto tempo.

Não há mais nada à nossa volta. Somente o extenso areal, as calmas ondas de um mar imenso, o sol que anseia por descanso, as flores que marcam o caminho que devemos percorrer, a brisa que eleva o seu perfume.
 
Não há mais ninguém. Somente tu, eu, a Mestra e o respeitoso e fiel Shanti, com um pequeno cesto pendurado no focinho. Sorrimos...

Tu estás de branco, mais belo do que alguma vez estiveste. Sentes-te leve, mais leve do que nunca. Eu estou de branco, as flores também marcam presença no meu cabelo, no meu corpo. Olhas para mim e dizes que sou linda. Ainda não acredito nisso. Aliás, eu não acredito em nada a não ser que estás ali comigo. E isso basta.

O Universo chama-nos. É ele a testemunha. A Mestra espera por nós, por isso vamos ao seu encontro. É ela que preside à cerimónia. 

O Shanti é chamado à sua função, e cumpre-a respeitosamente. Afinal, a ocasião é especial, e ele também sabe disso... Fazemos a troca. Olhamo-nos nos olhos, enquanto nos prendemos pelas mãos, os dedos deixam escapar uma força ansiosa. 

Os teus olhos brilham tanto... Tanto como eu nunca vi. Exploro o meu futuro dentro deles. O nosso futuro, porque não?

Tu dizes sim, eu digo sim. O horizonte nos contempla. E nós nos contemplamos um ao outro, sorrindo apenas, e sentindo algo a que eu arrisco chamar de felicidade.

Sob a aprovação da Mestra, os nossos lábios unem-se. Unem-se os lábios, de forma terna, juntamente com a roupa que nos cobre a pele arrepiada... A pele arrepiada que nos cobre a carne que descobriu uma razão para existir...

Eu sou Terra, tu és Ar.

As nossas auras se invadem e reluzem no esplendor que se havia perdido, gozando o conforto que ambas procuravam. As nossas almas completam-se. Agora sim, a tua não está mais sozinha. Está com a minha. 

Fizemos esse voto: tu serás em mim e eu em ti. Para lá de todas as coisas, de todos os sonhos. Para lá do tempo que se quer infinito. 

Agora sim, és livre. Agora sim, não há que ter medo ou angústia. Isso acabou. Finalmente se cumpriu. Tu encontraste-me. Eu te encontrei. E não nos perderemos mais.

Agora sim, somos Um. E naquele instante ficamos com a certeza de que o agora será para sempre...

Walking Alone...

...Still walking alone...
Trying to reach the volatile
Trying to break a heart of stone
And finally plant the seeds of a smile...

I never felt I had to stop
I even ask myself why
But I do walk for some reason;
The footsteps left behind cannot lie...

Even though I’m tired, I won’t crawl
I won’t submit my soul to despair
This path has been so hard and long
But I know it leads me somewhere...

Rain and thorns, they curse my way
I just let them pass me by
I’ll keep walking alone, and I pray
That soon I will have the chance to fly...

outubro 07, 2010

(Num certo dia, escrevi isto...)

Amo-te. Se não te amo, então estou lá perto... Pois não consigo definir o que sinto de outra forma. É tão forte, tão intenso, tão verdadeiro, que me é difícil mantê-lo fechado dentro do meu peito, para que ninguém saiba. Amo-te por aquilo que tu és, que podes vir a ser, por aquilo que eu ainda não descobri de ti, mas que posso vir a descobrir, se assim o quiseres... Eu quero! Amo os teus olhos quando se expressam com doçura. Amo os teus lábios, que eu já tive o privilégio de beijar, e nos quais gostaria de me perder para sempre... Amo a serenidade que transmites nas tuas palavras. Amo o teu corpo, esse corpo belo no qual me quero abrigar, essa pele que desejo ardentemente que se funda com a minha... Amo o teu andar calmo, a forma como às vezes me tocas, a forma como sorris. E eu sorrio ainda mais. Porque te amo. Te amo, te quero, te preciso... Preciso de te falar sobre tudo isto, mesmo que já to tenha dito (e mostrado) dezenas de vezes. Preciso que te acolhas na minha mão. Preciso de te proteger, de te fazer rir, de enxugar as tuas lágrimas. Preciso de te fazer feliz, e preciso que precises de mim para te sentires feliz também. Tudo isto escrevo, porque mais uma vez, te amo. E volto a escrever: amo-te! Não será isso o suficiente? Não sei o que hei-de fazer, porque tudo o que faço é amar-te. Talvez seja um exagero, porque ainda me falta conhecer tanto de ti... Mas quando conhecer esse tanto que falta, juro que nada vai mudar. Estarei sempre aqui, pronta a ouvir-te, mesmo que tu não queiras contar nada. Estarei presente, mesmo que não te apercebas disso. Porque amar é dar tudo de nós, mesmo que não recebamos nada em troca... E será que um dia me recompensarás? Será que um dia me amarás tanto como eu te amo?...

O Currículo do Meu Coração

Fazendo um breve resumo da minha experiência, digamos que a iniciei um pouco tarde, mais tarde do que realmente seria suposto. Antes disso procurei oportunidades em vários anúncios, e anúncios modestos, diga-se de passagem. Houve um mais significativo ao qual respondi e fiquei a aguardar pelo resultado, mas em vão. Mais tarde comecei finalmente a dar os primeiros passos!

Foi numa empresa pequena, daquelas que no príncipio prometem mundos e fundos aos candidatos e depois... Já se sabe, não cumprem nada! As funções que desempenhava só me traziam instabilidade, e tudo o que eu queria era algo seguro, sólido, algo que essa organização não me poderia dar, apesar de achar que podia. Aliás, a sua verdadeira visão era que eu devia dar mais e mais e mais de mim,  mas o que teria eu em troca? No entanto quis manter-me, a muito custo. Até que me despediram, após um ano e meio de serviço.  

Custou-me recuperar do choque, mas lá consegui, e passado um mês, arranjei outro trabalho; um pouco a medo, confesso, pois não queria que a má experiência passada se repetisse, mas se eu não arriscasse, também nunca iria saber no que dava! No entanto a adaptação foi tão boa que passados outros 5 meses decidi assinar um contrato. E este foi mais a sério. Trouxe-me mais responsabilidade, é certo,  contudo também gozei de mais regalias. Foi de facto um emprego bastante benéfico, com um óptimo rendimento, durante cerca de 3 anos – até que com o passar do tempo, este começou a baixar. Continuei a esforçar-me,  só que não havia retorno... Até que estagnou por completo, e achei que o melhor a fazer seria rescindir. E foi o que de facto fiz, até porque nesse meio-termo em que eu me demorei a decidir se havia de avançar ou não com a rescisão, apareceu uma vaga numa outra empresa, e talvez isso também tenha contribuído para a minha decisão.

Candidatei-me à vaga, já enviei muitos e-mails e cartas, e ainda continuo à espera da resposta. A vaga, no fundo, ainda está muito vaga. Mas desta vez sei que não será em vão.

outubro 04, 2010

Devaneios...

EU, TU... E...

- velas, muitas velas...

- fondue de chocolate

- uma mesa de snooker

- um bom house...

- comida oriental ou italiana

- a vila de Sintra (principalmente a Quinta da Regaleira)

- os assentos do VW (ou o capô)

- um chuveiro

- uma parede

- uma carpete macia

- o nascer ou o pôr-do-sol

- loção corporal

- uma praia

- um DVD

- uma sessão de Reiki

- um jardim

- um sofá

- uma cama...

- ...

- ...

- ...  sei lá que mais!

Devaneios... (parte II)

EU, TU... E...

- a chuva


- incenso

- o fogo de uma lareira

- um Haagen-Dazs (qualquer sabor serve)

- o Cabo Carvoeiro

- uma viagem de comboio

- o luar

- um passeio a cavalo

- uma tarde de sol

- um brinde à nossa

- uma manta quentinha

- um bar a meia-luz

- uma viagem de carro

- um abraço demorado

- uma planície verdejante

- sussurros ao ouvido
 
- a descoberta mútua do que os nossos sentidos encerram...

outubro 02, 2010

Eu Quero!!!

Eu quero!
Eu quero... Porque simplesmente eu quero!
Eu quero... Porque sou eu a querer!
Eu quero... Porque eu mereço!
E aquilo que eu mereço... É aquilo que eu quero!

Eu quero-te!
Quero-te, meu espaço!
Quero-te, meu bem-estar!
Quero-te, inspiração!
Quero fazer tudo para que aquilo que eu queira se torne realidade...

Quero-te aqui!
Quero-te comigo!
Quero que também me queiras...
Quero fazer tudo para que aquilo que tu queiras se torne realidade...
Desde que seja aquilo que eu queira também!

Quem tudo quer, tudo perde...
Mas quem tudo perde... tudo quer ganhar de novo

E querer não é perder...
Querer é poder
Querer é fazer
Querer é viver
Querer é sobretudo encontrar um sentido em tudo
E tudo o que eu quero faz sentido...

Se tu fazes sentido... Porque não havia de te querer?

setembro 29, 2010

Segredo

Há uma coisa que me assusta:
acordar um dia e aperceber-me
de que já não é manhã,
que estou sozinha,
que não me conheço.

Só que há outra coisa
que me assusta ainda mais:
é acordar um dia e aperceber-me
que já não te vou ver.
Que importa então
se ainda é manhã ou não?
Que importa a solidão?
Eu só te quero junto a mim;
se for assim
coisas melhores virão.

Decadência

Olha para o que me fazes.
A pouco e pouco,
invades a minha mente.
Dou por mim a absorver
cada coisa que dizes ou que fazes,
cada olhar, cada sorriso,
cada gesto.
Dou por mim a pensar em ti,
quase que incessantemente.

Olha para o que me fizeste.
Destruíste o equilíbrio
da minha consciência.
Ela podia definir,
separar, escolher
aquilo que eu bem quisesse.
Mas agora já não.

Porquê?
Estou desolada e feliz.

Ainda Vale A Pena

Ainda vale a pena amar-te
pelo brilho que há no teu olhar
e que teima em não morrer.
Ainda vale a pena esperar-te
porque quem espera desespera,
contudo sempre alcança.
E ainda que morra uma borboleta,
que o sol se apague
deixando a escuridão reinar,
eu vejo uma luz ao fundo
quase a tocar no mar
quease beijando as nuvens
e que me diz alegremente
"Ainda vale a pena viver",
porque sei que um dia
ainda te vou ter.

Companhia

Adorava escrever um poema perfeito...
Não consigo!
Tu não estás comigo...

Se pudesse, levitava e beijava o infinito...
Não consigo!
Tu não estás comigo...

Queria esvaziar um oceano
Para procurar um lindo peixe de cristal...
Não consigo!
Porque tu não estás comigo...

Quando estás junto de mim
Tudo é possível.
Até mesmo ser quem nunca fui.

Aula de História

Estou numa aula de História
Quieta e muito calada.
Só tu estás na minha mente
Pois não penso em mais nada.

Olho para a porta
À espera que tu entres
Entretanto fico triste
Pois teus olhos estão ausentes.

Finalmente acaba a aula
Saio e então te vejo
Lá se vai o meu sonho
Pois não mereço o teu beijo...

Sabes que mais? Quem te conhece
Nem sabe a sorte que tem.
E tu próprio desconheces
Aquela que eu tenho também.

Quero Acreditar

Quero acreditar
que ele me dá importância.
Quero acreditar
que um dia ficaremos juntos:
eu serei o seu ombro,
ele será o meu contentamento.

Quero acreditar
que não o irei perder
que ficarei junto a ele
seja por um instante ou mais,
que ele será um amigo.

Contudo, para acreditar
é necessário não desistir.
Não desistir de acreditar
num futuro risonho.
E risonhos serão os meus dias
se souber que ele virá comigo
para onde eu for.

Estas Mãos

Estas mãos que tenho
não foram feitas para servir.
Nem sequer para despejar
a ira contida em mim.
Então, foram feitas para quê?
Esperem, eu sei a resposta.
Foram feitas para dar azo
àquilo que me apetece pensar,
àquilo que me apetece sentir.
O que penso e o que sinto
transponho para um papel.
Também foram feitas
para colocar nas tuas,
para acalmar aquilo que pensas,
que sentes,
e que não transpões para um papel,
mas sim para os meus olhos
e para o meu coração.

setembro 28, 2010

Tristeza I

Choro por ti.
Oh, se soubesses que eu choro por ti...
É uma súbita e momentânea tristeza.
Tristeza por não te tocar,
tristeza porque este mundo é injusto
e tu és injusto contigo próprio!

Não queres algo melhor?
Queres ficar-te por aí, pela dor,
pelo medo de perder?
Não queres ver-me
com olhos de ver?

Está bem, eu aceito.
Mas depois não digas
que eu não estava lá,
quando precisaste de palavras
que te pudessem fazer sorrir.

Tristeza II

Partiste
e para mim a luz do sol
nunca mais foi a mesma.
Foste embora
e dificilmente alguém me arranca 
um sorriso dos lábios.
Ficaste longe de mim
e o meu coração ficou perdido
e quis esquecer-te...
Querer nem sempre é poder.
Verto uma lágrima
e ela corre devagarinho, 
solitária, pelo meu rosto.
Qual luz do sol
se agora tudo é escuridão?

O Que Nos Une

O que é que nos une?
Que nome se dá a esse algo
que ambos sentimos?
O que nos faria percorrer os mesmos caminhos,
chorar as mesmas lágrimas,
suportar os mesmos medos,
gerar as mesmas ideias?
Um pouco de coincidência?

Talvez não.
O que nos une é forte.
Basta sabermos isso.

Anjo de Asas Quebradas

Sou um anjo de asas quebradas
Que tenta voar e não consegue.
O céu não me chega, não é para mim
Eu quero algo mais infinito
Tão infinito quanto o meu amor
Aquele que só a ti te posso dar.
Quem me dera voar e saber onde estás
O que fazes, o que dizes, e saber se pensas em mim.
Não me conheces, eu sei
Mas mesmo os anjos de asas quebradas
Conseguem viver no pensamento
Daqueles que procuram ser felizes
E que esperam estar a percorrer o caminho certo.
O meu caminho só a ti se dirige
As nossas estradas estão cruzadas
E quem me dera poder encontrar-te
E perguntar-te se me amas.
Sou um anjo de asas quebradas
Que é capaz de voar.
Tenho as asas quebradas
Mas não o meu coração.

Grandiosa

As minhas palavras...
Não são ouvidas.
Os meus desejos... 
Não são consumados.
Os meus gestos... 
Não são explícitos.
Os meus pensamentos... 
Não são compreendidos.

As minhas emoções... Nada dizem.
Os meus sonhos... Nada valem.
Os meus sentimentos... Nada mostram.
As minhas ideias... Nada significam.

No entanto, tu existes!
E graças a ti,
sinto-me grandiosa, alguém,
e sobretudo amada.

setembro 27, 2010

Fim De Tarde

Anoitecia.
Debaixo de um céu nublado
Via os carros a passar, e pensava;
pensava no meu amor, cujo nome
está escrito no meu destino.

De súbito passaste tu,
ao longe, mas eu vi-te
embora não me tenhas visto.
Caminhavas com passos tranquilos.

Para onde te dirigias, não sei.
No que pensavas... Muito menos.
Porém naquela altura
deu-me uma vontade enorme
de largar tudo, ali mesmo,
correr para junto de ti e...

Ora, para quê dizer?
Ninguém me compreenderá.

Frio

Faz frio, mas não me importo.
Aliás, não me importo com nada
A não ser contigo.

Que farias tu se soubesses
Aquilo que eu te quero dizer?
Voltavas costas?
Tomavas conta de mim?
Ou pensavas que sou louca?
Não importa.
Gosto de ser assim.

Este frio que passa agora
Na minha faminta pele
Leva-me a um mundo distante.
Um mundo que existe em todo o lado
Excepto nas nossas vidas.

Espelho

Trocamos mais olhares do que palavras,
e sorrisos, quando os há.
Pergunto-me:
o que passará pela tua mente
quando os teus olhos se cruzam com os meus?

As palavras não saem;
só os olhares permanecem.
São curtos,
porém intensos...

Trocamos mais olhares do que palavras,
e sorrisos, quando os há.

São olhares embebidos em silêncio,
no parar do tempo.
Dentro de mim fica algo
que não sei o que é...

E tu, sabes?

Suicídio

Uma só decisão
e tudo finda...
Nem sequer são recordadas
aquelas coisas que nos faziam sentir bem...
Não damos valor
àquilo que realmente conquistámos
e que hoje podemos finalmente garantir
que é nosso.
Uma só decisão
e resolvemos a dor que nos aperta,
transformando-a em felicidade...
Uma estúpida felicidade
que podia ser conseguida com as nossas forças
e que acaba por ser
o resultado das nossas fraquezas.
Com essa felicidade inventada,
a dor que nos aperta desaparece.

E a dor dos outros?

Um Dia Perfeito

Contemplar a madrugada
com o pensamento distante e inquieto,
percorrendo traços, raízes, momentos.
Sair de casa em direcção ao horizonte,
respirando o ar fresco e limpo da manhã.
Encontrar-me com a pessoa
que mais precisasse naquele instante.
Andar com ela sem rumo certo,
sabendo apenas que a queria escolher
para ficar comigo.
O dia passaria devagar,
desaguando na noite,
repleta de um encanto misterioso
que eu quereria descobrir.
Abrir os braços e absorvê-lo por inteiro
sem dizer uma palavra.

Este seria o meu dia perfeito.

Morri

Morri.
Morri para te proteger.
Morri porque não merecia
Pisar o mesmo chão que tu
Porque não conseguiria encarar-te
E fingir mais uma vez.

Morri.
Simplesmente morri.
E a morte é a porta
Para o lado de lá.
O lado do nada.

Morri.
Porque quis
Porque não te evitei
Porque já era hora
E principalmente
Porque o que por ti sentia
Já não tinha vida própria.

Encontro

Andava a vaguear
quando uma voz ouvi;
estranhei, fiquei curiosa,
olhei para trás e sorri.

Era o meu anjo protector
a dizer que estava carente,
que precisava de calor
naquele momento presente.

Fiquei algo perturbada;
como o poderia amar?
Eu era apenas terrestre
sem nada para lhe dar.

Mesmo assim o beijei
com ternura e fervor;
foi então que descobri
que ele eras tu...
N., meu amor.

Fragmento de Sonho

O tempo corre, corre, corre.
Cada vez te conheço mais
E te conheço menos.
Sabias que sei de cor cada linha do teu rosto?
Poderia talvez desenhá-las uma a uma...
Isso porém destruiria
A perfeição que elas trazem.
Seria ingrato
Para alguém como tu...
Por isso, ao ver-te
Leio-as sem me cansar
E guardo-as na memória
Para que possa recordá-las
Quando estiveres longe.

Sabias que o teu rosto
É um fragmento de sonho tornado realidade?

S.

Ela chamava-se S.

S. foi a escolhida
Para ajudar certa menina a crescer
A pôr-se de pé num mundo
Onde mentes pueris imperam.
S. fez aquilo que tinha que fazer:
Alegrar, sorrir, amar, viver.
Mas tinha S. que morrer?
Erro nosso: ela apenas voltou
Ao lugar que era seu
O lugar dos justos; o Céu.
S. era, afinal, um anjo (e é!)
Ninguém soube disso, pouca gente a conheceu
Até mesmo eu.
A menina cresceu
Tornou-se forte, tornou-se mulher.
Por causa da S., já não é uma qualquer.
Que esse anjo esteja sempre presente
Na vida que abençoou.

Silêncio

O silêncio sabe bem.
Consegue dar-nos respostas
Sem termos feito perguntas.
Consegue fazer-nos pensar
Mesmo que estejamos a agir.
O silêncio é espontâneo.
O silêncio é a voz que apetece ouvir
Quando estamos sozinhos.

Amanhecer

Quando abri os olhos
Cortinas brancas dançavam
Com os primeiros raios de sol.
Do outro lado, junto a mim
Estavas tu, deitado
No mais profundo sono.

Se todo o amanhecer fosse assim
Queria eu ser eterna
E beber do teu beijo e da tua atenção
Toda uma doçura matinal.

O amanhecer é hoje, é agora
É contigo.
Vamos aproveitá-lo
Antes que o sonho se torne longo demais.

Homenagem Ao Teu Olhar

"Vivo o teu olhar com intensidade".

Pensei nesta frase
e logo me surgiu vontade
de escrever isto.

De dizer que o teu olhar
é profundo,
é hipnotizante,
bem capaz de derreter um pedaço de metal...
Olhar fulminante,
que me perturba deveras!

Nesse olhar procuro
todo o sentimento que me baste
para sentir cada dia,
acreditando que amanhã
tudo será melhor.

A intensidade com que vivo o teu olhar
daria para morrer com um sorriso nos lábios.

Hoje

Noutras vidas fui escrava, duende, dama
Pedra, poeta, chama.
Fui montanha, fruto, flor
Talvez destino, talvez dor.
Fogo, rio, alimento
Gota de sangue ou desalento.
Jóia, cor, sagrada figura
Ou tesouro que nunca dura?

Hoje sou simplesmente alguém
Que vive em ti
Por ti
Para ti!

Naquela Noite

Naquela noite passeei pelo teu corpo.

Senti o calor dos teus braços,
provei o mel da tua boca,
mergulhei nos teus olhos celestes,
perdi-me no teu desejo, finalmente.

Naquela noite foste meu,
só meu, apenas meu.
Oh, se foste!

E agora, que tudo acabou?
Tudo acabou.
E nada esqueci.

Agora...
Agora o céu é apenas céu;
a lua, apenas lua.
Porém naquela noite foste meu
E eu fui tua.

Estou Apaixonada

Dá-me o teu olhar
ou o sabor dos teus lábios.
Quero pô-los num frasco
e conservá-los para sempre.

Dá-me as tuas lágrimas,
uma a uma,
para que eu possa saboreá-las ao acordar.

Estou apaixonada!
Dá-me o cheiro da tua pele.
Quero navegar nele.

Estou apaixonada!
Quero ter-te.

Para o...

Os teus cabelos são um campo de trigo
Os teus olhos, duas gotas de mar
Os teus lábios são o maior dos pecados
O teu sorriso faz-me sonhar.

O teu perfume deixa-me louca
Adoro o teu estilo de andar
Ouvir tua voz deixa-me tonta
É difícil de explicar!

Se não tivesses namorada,
Já me tinha atirado a ti
Pois és o rapaz mais lindo
Que alguma vez conheci.

És querido, és fofinho,
Alguém fora do normal
Puto reguila, um anjinho
Um ser humano especial!

Se

Se fores horizonte,
deixa-me ser sol.
Se fores noite,
deixa-me ser estrela cadente.
Se fores onda,
deixa-me ser concha.
Se fores destino,
deixa-me ser estrada.
Se fores arco-íris,
deixa-me ser nuvem.
Se fores livro,
deixa-me ser história.
Se fores oceano,
deixa-me ser ilha.
Se fores lágrima,
deixa-me ser rosto.
Se fores beijo,
deixa-me ser boca.
Se fores nada,
não me deixes.

Conformismo

Às vezes penso em ti
Outras vezes acho que não
Mas aquelas em que penso
Vêm cá do coração.
No meu coração há amor
E é isso que eu te quero dar
Só que tu és um estupor
E andas-me a odiar!
Mal-empregado sonho
Que eu andei a ter contigo!
Se soubesse como eras
Nem te queria como amigo!
Mas a vida é mesmo assim
Não há nada a fazer;
És tu quem eu desejo
Dos outros não quero saber!

O Teu Nome

O teu nome...
Gritei-o bem alto ao vento,
escrevi-o numa folha de papel,
na areia da praia,
formei-no no céu com as estrelas,
murmurei-o à chuva.

Mas o vento não me ouviu.
A folha rasgou-se.
O mar levou-o consigo.
As estrelas apagaram-se.
A chuva parou.

Só que o teu nome...
Esse para sempre ficou.
Já o tinha gravado no meu ser.

Dedicado Ao...

Gostava de te ver por um minuto
Conversar contigo por uma hora
Conhecer-te por um dia
Sair contigo por uma semana
Abraçar-te por um mês.

Mas um minuto não chegaria
Para consolar os meus olhos;
Uma hora não chegaria
Para beber as tuas palavras;
Um dia não chegaria
Para descobrir quem és;
Uma semana não chegaria
Para mergulhar no prazer;
Um mês não chegaria
Para acalmar o meu desejo.
Chegaria então este tempo
Para dizer que te amo?

Pensando melhor...
Gostava de ficar contigo por uma eternidade.

setembro 24, 2010

Prefácio

AMAR (latim amo, -are) v. tr. - 1. Ter amor a; gostar muito de. 2. Estar apaixonado.

ESCREVER (latim scribere) v.tr. - 1. Pôr ou dizer por escrito. 2. Encher de letras 3. Compor, redigir.
v. intr. - 1. Representar o pensamento por meio de caracteres. 2. Dirigir-se por escrito a alguém.

(in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)


Eu amo muitas coisas e muitas pessoas. E é com base nesse estado de espírito que deixo a caneta vaguear sobre o papel... Indo ao encontro daquilo que de mais íntimo há em mim... No fundo, em cada um de nós.

A prosa e a poesia assumem o sentido que lhe queremos atribuir; neste caso, os textos que apresento reflectem a natureza da minha pessoa enquanto "ser amante" (e não só). Alguns foram escritos na minha adolescência, outros são mais recentes, e no fundo pouco importa a quem ou a que se referem. O que importa é que todos eles  expressam algo que realmente veio de cá de dentro.

Eu amo escrever. Li algures que escrever é como gritar sem barulho. E antes que o grito perca força e esta voz se cale para sempre, quero fazer-me ouvir... Oiçam-me também...