dezembro 28, 2015

Dor & Prazer

Prazer e dor. Um ciclo.

Prazer. Um homem e uma mulher conhecem-se, exploram-se, envolvem-se. Dor. Os primeiros desentendimentos, os choques, os arrependimentos. Prazer. Um ser é concebido com o corpo e com a alma. Dor. A mãe sofre para o apresentar ao mundo, o pai sofre com ela entrando num ao qual vai ter que se habituar. Prazer. Vê-lo(a) nos braços. Dor. As varicelas, as otites e os desassossegos nocturnos. Prazer. Assistir ao crescimento, à evolução. Dor. Saber que um dia ele/ela vai querer usar as suas asas para voar...

Prazer. Ter amigos, alguém cujo sangue se assemelha ao que nos corre nas veias. Dor. Ver esse sangue a escorrer-nos nas costas após uma punhalada. Prazer. Encontrar novos amigos que se dispõem a fazer o curativo. Dor. Quando o sangue deixa de escorrer nas veias de parte a parte.

Prazer. Um novo emprego, perspectivas renovadas, vontade de vencer. Dor. As despromoções, as intrigas, algumas punhaladas também.

Prazer. Termos o mimo e o colo dos nossos pais. Dor. Saber que eles não duram para sempre.

Dor e prazer. Um ciclo.

Como se daria valor ao céu se não existisse um inferno?

dezembro 08, 2015

Soltas

Peguei em letras e juntei-as.

Já estou farta de pedras.

Elas não fazem o caminho; é o ir

Que nos leva sempre a algum lugar

Nem que seja apenas com a roupa do corpo

E a alma despida

Porque não é o passado que está à nossa espera.

É o ir, e eu vou…

Eu vou atrás daquilo que me faz feliz...

Por isso, não te admires

Se olhares para trás e eu lá estiver...

Prestes a encontrar-te, ainda que pela milésima vez.

E pela milésima vez, eu te direi

Tal como junto palavras

Que quando se encontra aquele amor

Que é sentido contra a volatilidade do tempo

Contra a mudança dos espaços

Contra as fagulhas feitas de opiniões alheias

E contra o rumo falso que elas tomam...

É para sempre, mesmo!!!

Eu senti-o... Eu sinto-o…

Eu o sentirei enquanto o sempre durar...

E o sempre dura para sempre.

Tal como a verdade…

Se é verdadeira… Então é eterna.

E é tudo. Porque não pode ser outra coisa.

Por falar nisto…

Peguei numa expressão e a dissequei

Descobrindo sem surpresa

Que não é mais do que as iniciais de

Acho Maravilhoso O Teu Existir.

julho 20, 2015

Aperto

Um aperto.
Foste roubada e tens que engolir em seco para não dar parte de fraca.
Só não consegues engolir o orgulho, que te sobe garganta acima como um vómito
E que te suja.
Sentes que alguém que não conheces chegou e desarrumou tudo
A redoma onde estava a jóia partiu-se e agora ela está ali exposta
Aos olhos e mãos de toda a gente.
Olhas para cima à espera que as estrelas
Ainda estejam no mesmo sítio.

junho 12, 2015

Estamos!

Lembro-me tão bem como se fosse ontem.

Era de noite, era Verão, ambos em casa, sentados no sofá, com o portátil no colo, conectados na rede que nos havia conectado nesse mesmo ano.

“ - Estamos numa relação?”

De repente sais-te com esta. Ainda só tinham passado quatro dias… Quatro dias apenas, desde aquele em que nos tínhamos conhecido. Mas em bom rigor, entre a primeiríssima conexão de todas (tudo por culpa de uns blogues) e a tua pergunta, decorreram quatro meses. Teoricamente.

É engraçado como se quantifica o tempo para nos situarmos, para nos justificarmos, quando na verdade é a qualidade que importa. Em teoria, quatro meses haviam passado; na prática, foram muito mais, os suficientes para realmente chegarmos àquele ponto em que tu te sais com aquela… Em que, na prática, mesmo antes de nos termos conhecido, já nos conhecíamos.

É engraçado como o tempo passa… Mas lembro-me tão bem como se fosse ontem.

Que pergunta tão retórica, tão óbvia.

" - Estamos!", respondi eu, reforçando o óbvio. Retórica, teórica e praticamente, estamos. E estávamos, há muito. Pronto, ficou oficial. Eu numa relação contigo, tu numa relação comigo. Na rede e tudo. Sobretudo na rede de sensações e emoções que foi crescendo e nos prendeu da forma mais fantástica e inesperada possível.

O portátil foi testemunha, toda a casa, a noite de Verão também. Que seria a primeira de tantas noites e tantos dias e tantas coisas para viver, cheias de metades que completam o todo.

A partir daquele dia, fundámos uma parceria, feita de imagens icónicas e um sistema de comunicação próprio, de linguagem lexical, apenas por nós falada e compreendida. Mais do que uma relação, o amor virou instituição. De fundos de investimento privados, que de vez em quando, fomos tornando públicos. Bastava destoarmos do ambiente sisudo e maquinal dos restaurantes e bares, encher a sala cibernética de algodão doce verbal… Bastava passarmos pelo mundo abraçados ou de mão dada.

No fundo, a partir daquele dia, instituímo-nos como um sendo do outro. Ainda assim, na manhã seguinte, quiseste confirmar. Reforçando o óbvio, olhaste para mim com ternura e perguntaste:

“ - Estamos numa relação?”

Olhei para ti com ternura e respondi:

“ - Estamos numa relação.”

Lembro-me tão bem como se fosse hoje. Espero que te lembres também.

junho 11, 2015

A Quem

A quem darás o teu tempo?

A quem vais permitir que te roube o cheiro a troco de um toque?

Irás gemer a troco de quê?

A quem doarás a tua gargalhada, as tuas palavras? O teu olhar de soslaio?

Quem é que estará na cadeira oposta quando te sentares? E a quem responderás a tudo isto?

A quem? A quem
Senão a mim?

junho 08, 2015

Veludo Azul

Naquele dia... Veludo azul era o "dress code" combinado. Para além do azul que ela envergava, havia o vermelho-paixão a tingir-lhe os cabelos. Ele na mesma medida, também trazia azul, enquanto que o vermelho igualmente vestia as rosas que levava no bouquet.

Naquele dia, ela tinha na bagagem uma mão carregada de sonhos e um bilhete com destino ao coração dele, só de ida... Ele a esperava no cais, de peito reservado para a receber e a aconchegar numa longa estadia. Há quanta vida ele não estaria à espera dela?

E ele a esperou, naquele dia, com o nervoso miudinho que toma conta deste tipo de ocasiões e nos tolhe os movimentos. Após tantos textos e testes, após realmente tanta coisa, ele a esperou. E ela chegou. Cada um no lado oposto do cais. E na verdade, eram opostos; as assimetrias eram mais que muitas. Mas foram justamente as assimetrias que os levaram até ali.

Naquele dia, o beijo foi curto e atrapalhado - lá está o nervoso miudinho de novo. O que esse intruso não sabia é que aquele seria o primeiro de muitos beijos, trocados com intensa e imensa mestria, própria de quem já conhece os cantos ao lado de dentro. Eles já se no fundo já se conheciam, antes de se conhecerem.

Naquele dia, o azul não era afinal de veludo e muito menos de cetim ou seda... Mas mesclou-se com o do céu. O vermelho pulsou nas veias e nas rosas deitadas no seu leito. Todas as outras cores ganharam cor, ocupando os seus sentidos e lugares.

Naquele dia, ela chegou ao destino tão ansiado. E ele cumpriu com o seu... Faz hoje dois anos.

maio 08, 2015

Meio Século

Fizeste 50 anos.

Ainda moras na mesma casa. Aquela casa tua, grande, com vista para o rio e as duas margens que beijam ininterruptamente o céu. Aquela casa cuja porta se abriu inúmeras vezes para quem tinha histórias novas e interessantes para contar, tal como se fechou quando ficaste aborrecido de tanto as ouvir.

Ainda se mantém tudo praticamente no mesmo lugar. Talvez haja um sofá de cor diferente, o mais recente filme de culto na estante, talvez tenhas dado entretanto uma nova demão nas paredes. Talvez haja mesmo o perfume da musa do momento a pairar no ar.

Talvez estejas um pouco cansado. Mas por outro lado, sentes-te cumprido. Observas-te ao espelho e passas a mão pelo cabelo; está mais grisalho que nunca. As rugas pronunciam-se a viva voz na esqualidez do teu semblante. Apesar disso, ainda não perdeste o charme. Nem mesmo o peso de meio século de vida que agora transportas nos ombros te tirou o brilho meigo dos olhos.

O teu filho tornou-se um adolescente moldado à tua imagem - inteligente, aventureiro, curioso. Faz-te lembrar o teu eu em versão chavalo. Não tarda também andará por aí a arrancar suspiros às miúdas. Orgulhas-te de tudo o que se tornou ao crescer. Ele é somente a perpetuação do teu sangue.

E tu tornaste-te num cinquentão. Ainda fumas, como sempre. Ainda fazes manguitos quando é preciso e para quem for preciso. Ainda sorves o teu cálice de vinho ou o teu copo de cerveja, que agora até te sabem melhor. Ainda olhas para o mundo com visão crítica e por vezes sarcástica. De vez em quando os teus alter-egos se cruzam e dizem um olá. Acredito que eles te tenham acompanhado até agora, sem no entanto envelhecer.

Fizeste então 50 anos e agora é que é. Agora é que estás preparado e disposto a viver aquilo que foste adiando, quem sabe com uma mochila às costas. Serenamente e sem pressa, com a sabedoria própria da idade. Agora tens todo o tempo que precisas. Eu, aqui armada em futuróloga, sei que vai ser assim. Por meu lado, não sei onde estarei. Aliás, nem sequer sei se estarei... Mas não me importava nada de estar no tal sofá, com o filme em punho, à tua espera para o podermos ver juntos, mesmo que não fosse de culto (já não se fazem tantos desse género como antigamente). Que o perfume fosse o meu. Não me importava até de te observar enquanto te observasses ao espelho.

E tudo isto mesmo não tendo uma história nova e interessante para te contar. É que também eu irei para velha... Só eu; o meu amor não.

maio 05, 2015

Fome

Entre mim e a fome
A diferença é nula.

A fome não faz falta.
Quando sentida, se preenche sempre
Quanto mais não seja com algo que a cale por breves minutos
Com qualquer coisa que aconchegue. Que a tranquilize.

Sinto que faço tanta falta quanto ela.

A fome não faz falta nenhuma.
Seja ela qual for.

Eu não te faço falta
Mas tu fazes-me.
Fazes-me crer que entre mim e a minha fome
A diferença é tudo.

A diferença és tu.

abril 24, 2015

Carta A Um Anjo

Olá. Não sei se me és da guarda, ou a que legião pertences. Só sei que existes, como ser alado, etéreo, que provavelmente em tempos foi humano.

Não te conheço, somente como mensageiro de uma entidade à qual uns chamam de Deus. Terás decerto feito parte desses. E agora, ex-humano, O serves e me observas aí de cima, assistindo aos desígnios que são facultados a estes pedaços de matéria comandados de alma. Eu não fujo à regra.

Sei também que melhor do que ninguém, conheces o Amor e a Morte. Representas ambos, no fundo, isolada e simultaneamente ao mesmo tempo. O arquétipo de ti construído tanto pode atirar flechas aos corações como lanças às bestas. Prenuncias pois o começo de algo e também o seu fim. De facto, a cada Cristo o seu Judas...

Certo dia Oscar Wilde escreveu: "O mistério do amor é maior que o mistério da morte". Lá terá tido as suas razões. No fundo, a morte não é mistério nenhum... Mais cedo ou mais tarde, todos a iremos encontrar. O mesmo não se pode dizer do amor. De qualquer modo, se encontrares tal vulto da literatura por aí, diz-lhe que isto se pode equiparar, sobretudo nesta língua tão nobre que é a lusitana. Senão, repara:

AMOR
A MORTE
AMOR-TE
AMO-TE

Simples, não é? E tão aglutinado... Quase que me faz lembrar aquela frase que o caro Oscar decerto não terá escrito, mas outro alguém, certamente: "Amar-te-ei até ao fim dos meus dias".

Dá que pensar... Como sabes, anjo (só tu sabes, e sobretudo quem serves), o fim dos meus dias pode acontecer daqui a muitos anos. Ou meses. Ou amanhã. Até pode ser agora, se eu quiser. Na verdade, se Deus quiser. No entanto é engraçado constatar que, para o fim dos meus dias, basta haver um só dia; já para amar, nenhum é suficiente.

Tu presencias os dias que passam. E cada dia que passa, já se tornou ontem. Passado, portanto. Só que amar, por sua vez, "não se conjuga no passado - ou se ama para sempre, ou então aquele amor sentido não era de verdade".

Acredita que nunca esta expressão vingou tanto. Entretanto tenho o sol a bater-me nas costas e finjo que és tu que me abraças... Estarás porventura a responder-me? É que duvido que o sol me ame. O sol dá apenas luz e calor, não vai nestas filosofias.

Não te importuno mais, anjo. Foi só um desabafo. Afinal, o Amor e a Morte continuarão de mãos dadas, num infinito passeio, pisando um pavimento mundano, tornando-o aos poucos celestial. Para o bem e para o mal.

Porque afinal, ao amarmos, morre uma parte de nós mesmos para renascer na outra. Assim sendo, nos tornamos nos anjos (ou até nos diabos) uns dos outros...

Saudações!

abril 18, 2015

Alguém

Pode haver alguém que te queira mais do que eu
Louca e serenamente ao mesmo tempo
Que te serene melhor, quando mais precisas
E que apare mais precisamente os teus medos
E inseguranças
Pode haver alguém que te segure a mão
De uma forma mais terna
Da mesma forma que te toca no rosto
Ou te olha enquanto dormes
Pode haver alguém que, ao contrário de mim
Queira partilhar do teu cigarro
Dos teus actos insanos
Que entenda perfeitamente aquela letra daquela música
Ao contrário de mim
Que te entenda no maior dos silêncios
Sem te interromper ou questionar demasiado
Pode haver alguém que saiba meter-se no seu devido lugar
No teu também
E meter-se em atalhos aconselhados
Em vez de complicar
Pode haver alguém a quem não precises de dar conselhos

Pode haver alguém que te ame tão mais
Tão mais do que eu
Que até morra por ti
E que só não morre
Porque na verdade ainda está para nascer.

março 21, 2015

Na Ausência

O meu cérebro e coração são o teu nome em letras garrafais. E por falar em letras garrafais... Não preciso realmente de ler jornais... Tu aconteces-me todos os dias, mesmo na ausência. E embora cada dia que passe é mais um dia em que não estou contigo, também é menos um dia que falta para estar.

Entretanto me farto do corpo e da vida. Menos de ti. Restas-me ainda para me resgatar.

março 20, 2015

Reflexo

Amo-te. Considero-te meu... Meu puto de merda. És tudo aquilo que desdenho num homem. E quanto mais desdenho, mais quero comprar. Estou cansada de ti. Cansada de olhar só para as tuas fotos, queria que estivesses aqui comigo, adoro o teu corpo, imagino-me a gerar um filho teu. Queres ter um filho meu? Não queres nada, ó cabrão. O que tu queres sei eu. E eu quero-te, quero-te tanto... Afinal foi contigo que eu descobri o amor... Por isso é que o meu ódio por ti está nos píncaros, meu lindo. Deixa-me em paz e anda cá, vamos conversar, vamos fazer amor, eu vou estar bem para ti. Eu marquei-te no coração e no lábio, com beijos intensos, "you're such a good kisser", um falso, um mentiroso. Vai-te foder. Não preciso disto. Preciso que coloques a mão sobre mim e me acalmes a dor. Desculpa, mas eu sou uma otária. Desculpa, mas és um otário. Não atinges, não percebes. Não sabes de nada... Pelo menos sabes que eu te amo, não sabes? Eu é que não tenho paciência para estas coisas. Não percebo nada de relações. E tu tens tanta paciência... Não tens culpa nenhuma. Eu é que sou a maluca. Eu é que sou a burra. Não sejas burro, esquece-me, segue em frente, faz-te à vida. Não me faças perguntas, seu bruxo. Responde-me só: estás comigo? Eu estou contigo, eu guardo-me para ti, eu espero. Eu espero é que desapareças e que não me ligues mais. Xau. Eu já te ligo. Então, não dizes nada? Estás tão ausente... Mas o que é esta merda? És tu, és uma merda que aí andas. E eu ando aqui sozinha e cá me safo e ando bem... A pensar em ti. Tenho saudades tuas. Estou aqui fodida. Estou aqui na boa. On. Off. On. Off. On. Off. Off. Off. Off. Off.............On. On. On. On. Offonoffonoffonoffffffffffffoda-se!!! Acaba com esse botão!!!

março 05, 2015

Contemplação

Olhei-te, enquanto olhavas para a janela. Durante largos minutos, em silêncio. Nesses largos minutos, em que me permiti olhar-te mais uma vez de uma forma da qual tu pouco te apercebes, podia ter-te dito muita coisa. Preferi manter-me calada, a olhar-te apenas. Mesmo que falasse, não prestarias lá muita atenção. Notei que estavas demasiado compenetrado nos teus pensamentos. Não me atrevi a adivinhá-los. Talvez estivesses a pensar, olhando para a janela, que o mundo não te estava a olhar de volta. Talvez estivesses a pensar nos dias que estão para vir. Ou a querer suspendê-los. Ou nas amarguras da vida. E a vontade de os suspender talvez viesse delas.

O que pensavas, eu não sei. Só sei que era capaz de ficar mais do que aqueles minutos a olhar para ti, em silêncio. Na luz ténue de um céu cinzento reflectida nos teus olhos, na tua expressão serena, na pele que denuncia que já muito passou por ti. A contemplar o teu perfil seráfico, os teus traços, que eu acho tão bonitos. Tu não acreditas, desacreditas os meus elogios, julgas ridículo eu te julgar dessa forma. Ridículo seria eu não te olhar. Porque acho que olhar-te, em silêncio, independentemente da quantidade de minutos que eu dispenso para o fazer, é das formas mais simples de te amar. 

E possa eu olhar-te sempre... Mesmo que não me olhes de volta, como o mundo lá fora, que desconhece os teus traços, inclusive os de dentro. Mesmo que não te apercebas que eu estou ali, bem perto. Mesmo que continues a negar aquilo que eu vejo em ti. Mesmo que não haja janelas.

janeiro 26, 2015

Proeza

Peço perdão por ser puxada ao sentimento que aqui se confunde com pensamento... Mas haverá algo melhor do que partilhar uma grossa e confortável camada de cobertores, como se de um invólucro inviolável se tratasse, com aquela alma que mais e absolutamente entranhou na nossa, enquanto lá fora chove e/ou faz frio como é costume no mundo?

Há e haverá, sim... Saber que há uma alma que mais e absolutamente entranha na nossa. E que não preciso de mais nada para a desejar a não ser, simplesmente, contemplar de mansinho tamanha proeza.