agosto 27, 2013

Veias

As tuas veias.
Já escrevi tanto sobre o teu corpo...
Mas as tuas veias.

Aproximei-me de ti, estando tu sentado, ocupado. Aproximei-me de ti, na mesma.


Abracei-te pelas costas, tu sentado, mal iluminado pela luz do candeeiro ao lado. A luz iluminava o teu braço, e consequentemente as tuas veias, que dele sobressaíam.

Abracei-te pelas costas, pousei o meu queixo sobre o teu ombro, fiquei a olhar para as tuas veias. A luz do candeeiro ao lado iluminava a minha pulseira, que parece de prata, mas não é. Mas tem o teu nome a dourado. Dizem que o silêncio é de ouro e a palavra de prata. Eu acho que é mais ao contrário.

Abraçando-te, acariciei-te o peito nu, e tu ocupado. Só que estavas ali, de qualquer forma. E eu só pensava: "Porque é que não podes estar sempre?".

E ali as tuas veias, veias pulsantes do teu braço, veias predominantes, onde o calor acelera e o sangue também, quando o teu braço se encontra com o meu. Quando o teu abraço conhece também o calor de todas as veias do meu corpo.

Continuei abraçada a ti, e a pulseira com o teu nome brilhava, e tu brilhavas para dentro de mim, meu amado. O amor dá-nos luz e eu tenho a tua comigo, por mais ocupado que estejas. E eu a admiro e a absorvo porque não encontrei até agora luz igual.

E a luz do candeeiro ao lado iluminava-te. E as tuas veias. Acho que ainda não escrevi tudo sobre o teu corpo. Mas já te escrevi nas minhas.

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