outubro 02, 2019

Uma Mulher Amada

Uma mulher amada é um dos mais interessantes conceitos. Ela não é nascida há muito tempo, no seu tempo, como se supõe; ela só nasce depois de amada. Ou melhor, renasce. E quando o faz, se permite possuir um privilégio único: para cada mil defeitos, prevalece ainda mais forte uma virtude.

Uma mulher amada desenvolve o dom da ubiquidade: consegue estar na casa onde habita, e ao mesmo tempo ocupar aquela que lhe pertence por direito dentro de alguém. Consegue ainda transformar qualquer reflexo da sua imagem no mais belo de todos, embora na verdade não precise de se olhar ao espelho. Uma mulher amada não precisa de espelhos ou outras coisas fúteis.

Uma mulher amada não precisa de aprovações. Nem de juízos ou razões. Principalmente de razões para ser amada. Aquilo que faz dela o que ela é não é tido nem achado na complexidade da mente. Uma mente mente mais do que um coração.

E o coração de uma mulher amada é um pássaro em pleno vôo, sem medo de ser abatido; ter tocado o céu já fez valer a pena a viagem.

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