fevereiro 18, 2013

Meditando...

Conheço uma pessoa que costumava dizer que há mais gente a querer o nosso mal do que o nosso bem. Eu não gosto de pensar de uma forma assim tão radical. Ainda me resta uma esperançazinha de que há gente boa neste mundo, com boas intenções, mesmo que não seja propriamente santa, porque hoje em dia, santos só mesmo em forma de estátuas. E talvez esta minha falta de radicalidade de pensamento seja a culpada de eu levar com tantos golpes, pontapés e murros no estômago, pois as minhas defesas são demasiado fracas; o aço do escudo derrete, o muro desmorona-se, a espada parte-se. E lá vou eu toda, coração na dianteira e cérebro na rectaguarda, para o que der e vier. Eu confio, eu entrego, eu dou, eu sou, eu faço, eu aconteço, eu aproveito, eu sugo as horas e os minutos e os segundos e os milésimos de segundo até á última gota. Eu não me importo com os ferimentos que me vão vincar o corpo no final da batalha. A minha intuição guerreira diz não, mas eu digo sim. E eis senão quando perco o equilíbrio na derradeira estocada. Vou contra o chão, trespassada e rasgada... Mais uma vez. E ali fico prostrada, a esvair-me num sangue que já pouco me corre nas veias. Faço o luto de mim própria, das minhas atitudes inconsequentes, do querer demais de quem nada me pode dar a não ser dores daquelas bem fundas que me corroem por dentro. Fico minada e envenenada. Até que de súbito, me levanto. Ergo mais uma vez o escudo derretido, volto a empilhar as pedras esburacadas, levanto a espada só com metade da lâmina... E preparo-me para mais um embate. O chão lá estará para me amparar. Somente o chão.

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