junho 22, 2013

Todo Tu

Todo tu. Todas as letras do teu nome, do teu apelido, da tua caligrafia inquieta. Todo o mel que te escorre dos olhos, toda a displicência dos teus lábios, toda a tua postura, todo tu.

Toda a tua expressão. Todos os fios brancos do teu cabelo. Todos os outros fios, que eu agarro, para não te perder à meada. Todas as tuas marcas. Toda a tua barba desfeita ou até mesmo por desfazer. Todo o teu canto da boca a prender mais um cigarro, o primeiro do maço, o último. Todo o fumo que exalas sem pressa. Toda a aura que te envolve. Todo o teu vestir e despir. Principalmente o despir. Todas as privilegiadas gotas de perfume que povoam o teu pescoço. Todo o fervor que te consome a mente, todo o ardor do teu peito, toda a tua raiva, revolta, toda a tua doçura, calma. Todo o teu riso, toda a tua lágrima disfarçada, todo o teu prazer, toda a tua dor. Todo tu.

Todo o contorno da tua cintura. Todas as veias que pulsam nos teus braços. Toda a tua força e fraqueza dissimulada, toda a tua agilidade. Toda a tua verdade. Toda a tua nudez, toda a tua crueza. Toda a tua liberdade.

Todo tu. Que és todo meu.

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