setembro 04, 2013

A Expressão

Não é porque me convém, não é porque está na moda, não é porque até nem tinha nada de interessante para fazer e cá vai disto. Não é baseado só num mero companheirismo, só para dizer que existe um par de passos a acompanhar os meus, ou numa volatilidade carnal...

Não é para justificar isso que essa palavra, ou mais correctamente dizendo, essa expressão, existe. Ela concentra muito mais do que estes aspectos. Três vogais, duas consoantes e um hífen ali pelo meio. E basta. É o que basta para concentrar uma única e irrepetível essência, como se eu tivesse descoberto um novo e desconhecido aroma de perfume, de cuja existência nem sequer a Natureza se apercebeu, e quisesse aprisioná-lo num frasco e ir exalando essa maravilha a toda a hora, todos os dias, até chegar ao ponto em que o meu olfacto - e até mesmo o resto dos meus humildes sentidos - já não iria conseguir sobreviver sem esse aroma...

É nessa expressão que se concentra uma vaga de calor reconfortante, tal como uma chama de lareira num rigoroso Inverno... Uma pulsação de vida, um lampejo de clareza racional... Uma linguagem igual àquela que eu falo, uma onda de frequência semelhante àquela na qual navego... É nela que se concentra a minha posição perante tudo isso e muito mais. Porque há almas que conseguem transbordar um corpo, e alcançar um outro, e retirar dele um pedaço da sua alma, fazer ali uma mistura mágica e tornar esse pedaço ainda maior...

É através das dúvidas que se constroem as certezas. E poderá essa alma duvidar de tudo o quanto este pobre mundo é feito... Mas que ela nunca duvide da certeza veemente que eu tenho de a querer.

E muito menos da tal expressão. Aquela que se escreve com três vogais, duas consoantes e um hífen ali pelo meio.

AMO-TE.

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