setembro 22, 2013

Perdura

Beatas de cigarro descansam num cinzeiro improvisado aqui ao lado. O meu olhar descansa no raio de sol vespertino que trespassa a cortina. Segundo dia outonal (nem parece), o primeiro de muitos? Em redor do meu nariz, perduras. Angustia-me pensar que só me falta mais um par de dias para fazer-te perdurar nele, e depois, puf, só daqui a um tempo voltarás e só daqui a um tempo voltarei a assimilar-te através dos meus sentidos. Estive a dormir. Estiveste a dormir. Ainda estás. Eu aqui, com a cabeça preenchida de tudo e ao mesmo tempo de nada. Só quero é que perdures. No meu nariz, na minha boca, nos meus olhos iluminados pelo raio que ainda trespassa a cortina. Desejo secretamente que acordes, que enchas novamente o cinzeiro à tua vontade, e que me permitas olhar então para dentro dos teus, mais uma vez. Tenho paz e plenitude para ir lá buscar. Deixa-a à solta.

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