Acredito que tu e eu temos algo para viver.
Não sei especificar se esse algo é longo e muito intenso, ou curto e
pouco intenso, contudo mesmo que seja curto e muito intenso, lá terá a
sua importância. Não sei especificar como ou quando terá
lugar... Talvez seja só enquanto eu souber absorver a forma sensual
como aprecias o teu cigarro. Ou a expressão meiga do teu olhar castanho,
cinzento e de todas as cores que trazes contigo. Ou o sulco vincado
pela linha da tua anca. Ou as tuas cicatrizes, das quais tanto maldizes,
mas que eu vou adorar ter em conta quando esse algo acontecer.
Especialmente as das mãos, mãos sedentas de cura feita com outra pele
que não a tua. Tudo isto, mesmo que mantenhas o arco com a flecha em
riste, flamejando fogo centáurico, e eu aqui me escudando com a
simplicidade de uma espiga de trigo. E tudo isto, mesmo que insistas em
cantarolar a mesma canção da mesma banda sonora dos mesmos dias de
sempre, e isso te faça parecer um idiota. Só que isso também não me diz
nada. Tu dizes-me tudo. Por isso não és idiota nenhum.
E sei que terá lugar enquanto tu souberes arrancar de mim o pulsar de um novo fôlego para os meus dias de sempre. E risos, muitos risos, e o ardor de liberdades renovadas que se tornarão um tanto ou quanto diferentes... Continuo sem saber especificar o quando desse algo, ou como, ou inclusive o porquê. Mas acho que é por aí.
Posto isto, concluo que ambos temos algo para viver. Juntos, portanto.
E sei que terá lugar enquanto tu souberes arrancar de mim o pulsar de um novo fôlego para os meus dias de sempre. E risos, muitos risos, e o ardor de liberdades renovadas que se tornarão um tanto ou quanto diferentes... Continuo sem saber especificar o quando desse algo, ou como, ou inclusive o porquê. Mas acho que é por aí.
Posto isto, concluo que ambos temos algo para viver. Juntos, portanto.
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