abril 21, 2013

Gosto De Ti

Gosto de ti. Desculpa. Sei que estou a cometer uma grande ousadia ao fazê-lo. E essa ousadia seria maior se metesse um "muito" ali pelo meio. Gosto muito de ti. Desculpa porque não te pedi permissão. Nem sequer te avisei com antecedência. Agora já não dá para remediar. Mesmo que retirasse o "muito", de pouco ou nada serviria. Porque gosto de ti. E pronto. Ponto final. Sem reticências nem vírgulas. Os pontos de interrogação também não fazem cá falta. Só se for os de exclamação. Gosto de ti? Isso nem se pergunta! Claro que gosto de ti! Pois gosto. Mas de maneira a não provocar grande celeuma, prometo ser bastante racional acerca deste assunto. Vou tentar não sentir e limitar-me apenas a pensar. Em ti. Vou tentar abstrair-me da tua pessoa, e concentrar-me noutra coisa diferente. Por exemplo... Tu. Vou tentar então não gostar ainda mais, porque aí corro o sério risco de pagar o meu atrevimento com a própria vida, pois vou ter que deixar que entres nela e a tomes de assalto. Não é que eu na verdade me importe... Ora, pensando bem, se eu gosto de ti, é porque de alguma forma tu já a fizeste refém. Mesmo que eu me contenha a gostar ainda mais... Desculpa se o fizer. Continuo a ter uma atitude audaz porque a autorização não me foi dada por ti. Gosto de ti, mesmo assim. Sem ponto final. Porque a seguir não há parágrafos. O discurso se mantém, tão directo como eu. 

Desculpa a sinceridade e a frontalidade, mas... Eu menti todo este tempo. 

Eu afinal não gosto de ti. Gosto é de... Gostar de ti.

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