abril 01, 2013

Não-Pendente

De vez em quando, lá vou vendo os teus olhos.
Olhos que classifiquei "de mel".
Tu assim o disseste, na verdade.
Tinhas olhos de mel. Olhos doces.
Olhos doentes.
Eu li-os. E vi que havia gente. Mas estavas sozinho.
Olhos dementes...
Olhos que afinal, nada procuravam.
E eu que lhes queria fazer companhia. De uma vez por todas.
Olhos por muito tempo ausentes.
De um olhar que afinal se revelou não-pendente.
Nem de mim. De mais alguém?
Fiquei por saber.

Que encontres então
Quem consiga gostar mais desses olhos cor de mel
Do que eu.
E que os contemple
Mais do que eu poderia contemplar.
No fundo, que tenha a sorte de os conhecer.
Porque essa, infelizmente,
Eu não tive.

E ainda assim
Lá vou vendo os teus olhos
De vez em quando.

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