Tu
mereces o vento suave que te acaricia a face. Tu mereces a candura da
vela numa noite escura. Tu mereces a espuma das ondas, cada sulco que as
gotas da chuva deixam na terra seca, a ternura que as pétalas das rosas
depositam nos teus olhos. Tu mereces o cheiro a sal, a bronze e o
cheiro da madeira que se ergue para o alto. Tu mereces cada maçã colhida
na infância das manhãs, a calma primaveril que
toma conta das tardes, a aura prateada da lua. A frescura cálida do
sol, e mereces cada ponto e partícula que estão mesmo aqui no
firmamento. Tu mereces a fervura do sangue, do suor, das lágrimas
derramadas em forma de virtude. E tu mereces a força da palavra, do
número, do símbolo. Tantas coisas, quantas aquelas que te justificam, te
sustentam, te contêm na sua ínfima composição. Mantém-te parte da parte
e do todo que são uno. Tu mereces.
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